sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

No Country For Old Men


Para mim uma boa surpresa dos irmãos Cohen. Fugindo um pouco ao estilo que eles nos habituaram, aquele humor negro e inteligente, este “No Country For Old Men” mostra uma outra faceta dos irmãos e revela também o seu engenho para o drama/crime.
O filme transpõe no plano a ganância e incoerência humana quando esta se encontra perante “uma boa mala de dinheiro”. A verdade é que muitos se calhar não saberiam mesmo reagir se encontrassem a dita mala meramente esquecida após uma actividade ilícita. Pois bem, neste precioso caso, os irmãos Cohen souberam agarrar e apresentar como funciona a sociedade paradoxal, onde um homem que é apreciado como uma pessoa boa e que ao mesmo tempo age erradamente (Josh Broslin) e um outro homem que é um verdadeiro psicopata, onde age com a sua perícia maléfica e sem qualquer sentimento pela condição humana, mas que no fundo procura reaver aquilo que “ilegalmente” é seu.

Num Texas conservador, o filme encaixa como uma crítica perfeita ao Estado, mas principalmente ao País. Se há quem pense que os americanos são os maiores do mundo, talvez não estejam atentos à realidade. É inundado de uma mentalidade conservadora e antiquada, mas também de uma ignorância assustadora.

Na minha opinião a mensagem que o filme deixa não é mais do que um aviso para os novos tempos e as novas mentalidades, essas que estão a surgir cada vez mais iludidas e ostentadas pelo poder e pelo dinheiro. Nesta envolvente talvez os “velhos” já não estejam no sítio certo e preparados para um novo mundo, um novo país.