quarta-feira, 31 de março de 2010

Melinda and Melinda



Woody Allen bem ao seu jeito. Por muito que o filme nao tenha sido aclamado pelo público como um dos seus bons filmes, não corresponde a dizer que o mesmo é mau. Na minha opinião é uma das suas obras mais originais e frescas.

Não há ninguém que tenha um sentido crítico e satírico como Allen. Ele vê a vida como poucos. Embora por vezes seja utópico (uma visão crítica sua), também tem uma visão muito real da vida. É realista acima de tudo e percebe perfeitamente como funciona a sociedade. No que toca ao amor, a sua percepção é sorreal e real. Enquanto que aborda o tema de forma natural e fresco, cativando o espectador com as peripécias das cenas, também consegue ilustrar a infidelidade como algo admissivelmente engraçado. Isto porque o pequeno génio sabe que nada é eterno e "a vida é curta e vazia" como profere neste filme.

Neste Melinda and Melinda, Allen coloca no plano um pouco do seu carisma cinematográfico. Se por um lado opta por um estilo dramático/trágico resumindo o seu lado mais neurótico e pessimista, por outro não deixa fugir a sua veia cómica e hilariante. Resultado? Uma mistura bem inteligente e versátil que conjuga dois lados distintos. O lado trágico tem momentos de humor e o lado cómico tem momentos dramáticos. O realizador é filosófico e neste filme fica mais uma vez demonstrado. A vida é uma caixinha de surpresas e nunca se sabe quando pode bater à porta uma oportunidade de mudança.

Tudo isto acompanhado do seu jazz habitual e de bons momentos de reflexão.