terça-feira, 28 de setembro de 2010

The Woodsman (2004)


Bom reflexo sobre um tema ainda tabu e inflexível na nossa sociedade. Será que podemos desculpar um pedófilo? Conseguiremos nós aceitar o sentimento de culpa de alguém que cometeu um crime bárbaro e revoltante? Como irá aceitar a sociedade a reinserção de alguém com um passado destes?

Tudo questões que são abordadas no filme de forma nua e fria. O que o filme tenta mostrar é que a pedofilia tem um outro lado. Não apenas o lado do crime e da maldade, mas que pode também ser considerada uma doença. É preciso é que os abusadores reconheçam o mal que fizeram e tentem ajudarem-se a melhorarem. De resto o filme aborda muitas questões relacionadas e interessantes de serem analisadas. O facto de a sociedade ainda não estar preparada para este tipo de criminosos. O facto de o trabalho ser um escape e ao mesmo tempo um poço de preconceitos. O facto de ser possível manter uma relação sem ter que ocultar o passado tenebroso. E ainda o preconceito e descriminação.

Após e ao longo do filme vamos ficando com um sentimento de compaixão para com Walter (Kevin Bacon) e desejamos que tudo corra bem com a sua vida. Talvez a partir daqui as pessoas percebam que os pedófilos precisam é de acompanhamento psiquiátrico e não de julgamentos. Mas quando falo nisto, naturalmente refiro-me aos que confessam o crime e de que precisam de ajuda. É um tema ainda muito difícil de pisar, mas aqui ficou um ponto de partida. Como tal, e naturalmente, o filme passou ao lado.

Kevin Bacon esteve extraordinário.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um pouco de Grunge

Nirvana - Where Did You Sleep Last Night



Alice In Chains - Would

">

Pear Jam - Black

">

sábado, 18 de setembro de 2010

21 Grams (2003)



O que é a vida? Quanto é o peso de todas as emoções e revoltas que ela nos traz?

21 Grams, amor, ódio, revolta, crença, fanatismo, ética. A vida virada do avesso, como se de um cocktail de drogas se tratasse. E acho que a vida por vezes é mesmo uma droga que tomamos e que se define num turbilhão de emoções e imagens. Pode acontecer que num momento das nossas vidas tudo nos corre de feição e parece perfeito, mas no segundo aseguir tudo isso se pode desmoronar. Se olharmos para a vida como uma molécula que contém inúmeros átomos e que por vezes esses átomos chocam uns contra os outros, então estaríamos num bom ponto de partida para a compreendermos e poder absorver totalmente este poderoso filme. Três histórias diferentes, três famílias diferentes, três vidas que nunca se tinham cruzado, mas que num segundo, um simples segundo, chocaram. O filme alerta que o caos é inevitável e que pode sufocar-nos, mas que quando menos pensarmos pode haver sempre uma saída. Atrás de uma vida, está outra. Cristina Peck (Naomi Watts) perdeu tudo que fazia sentido na vida dela. Mas ao conhecer acidentalmente Paul Rivers (Sean Penn) a vida deu lhe mais uma oportunidade. Paul estava às portas da morte, mas a ele a vida também lhe concedeu mais uma oportunidade. Jack Jordan (Benicio del Toro) resignado e fanatizado pelos valores da igreja, parece perder a crença em Deus, quando é responsável pelo acidente.

A grande mensagem é sem dúvida que não devemos ser vencidos pelo passado assombroso e sim encarar o que de bom a vida ainda nos pode oferecer. Por muito que seja dificil encarar e perspectivar algo bom. 21 Grams. Excelente!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

The Shawshank Redemption (1994)


Recentemente revi The Shawshank Redemption. E continuei com a sensação de que mais perfeito seria impossível. Para mim é o melhor filme de todos os tempos. Um clássico. Um retrato. Uma verdadeira obra prima. Red (Morgan Freeman, numa interpretação fenomenal) disse. "Toda a gente tem o seu limite de resistência". Nem mais. Todos nós, em algum momento da nossa vida, fragilizamos e baixamos os braços. Andy Drufresne (Tim Robbins, brilhante) conseguiu aguentar durante 20 torturosos anos o peso de ser um condenado inocente. Sim todos os condenados alegam-se inocentes. Mas Andy era-o mesmo. Sob a face de um homem inteligente, distante, calmo, Andy a poucos conquistou o grupo. O momento em que ele enfrenta o temível guarda presional, para o ajudar num caso de burucracia (uma das suas habilidades, uma vez que exercia a actividade de banqueiro), e depois chantagio-o pedindo que ofereça 3 cervejas a cada recluso que estava com ele, em troca do favor, é um dos grandes picos do filme. Andy não se conformou enquanto não conseguiu sair da prisão, e como tal, elaborou um esquema magistral e minucioso para o fazer e incriminar todas as ilegacidades cometidas pelo director da empresa.

Por um lado esta obra também mostra um lado mais institucional. Os chamados "institucionalizados" como ironicamente denominou Red aos resistentes da prisão de Shawshank serve para mostrar o poder que a prisão tem em absorver os homens que ali estão. Para muitos as suas vidas estiveram limitadas aquelas paredes, em virtude de terem ido para lá novos e terem apanhado perpétua. A vida para esses não existe fora da prisão e os costumes e amizades foram criadas ali. Red, esse sim, conformou-se e resignou-se à vida que a prisão lhe dera. E como ele, tantos outros.

Shawshank é isso mesmo. É um filme sobre a resistência humana ao estado físico e mental. É igualmente o retrato das prisões das décadas de 40, 50. É um belo reflexo sobre a amizade. É um filme sobre Andy. Simplesmente Brilhante.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

12 Angry Men (1957)



Quanto vale a opinião de um homem? Até que ponto é que conseguimos influenciar alguém? Até que ponto um 1 homem consegue influenciar e mudar drasticamente a opinião de 11 homens?

12 Angry Men é uma perspicaz crítica ao homem. Um homem vale pelas suas palavras. Henry Fonda soube utilizá-las de forma subtil e persuasiva. O mesmo foi aquele que soube ir contra a corrente dos factos e ceder uma oportunidade a um debate sobre um crime que ocorrera. Porque todos nós merecemos ter a oportunidade de duvidar e de não apontar logo o dedo. Avaliar é fácil, mas esquecemo-nos de que há uma pessoa que está a ser avaliada e depende de uma sentença.

E 12 Angry Men é isso mesmo. Uma sentença. Um preconceito, teimosia e estupidez. É um debate psicológico absolutamente magistral e detentor de um poderoso argumento. O que o filme quer mostrar é que não nos devemos centrar nos factos, ou sermos levados por uma mistura de sentimentos que podem pôr em causa toda a senteça. Devemos sim, ter a destreza de ver um outro lado da questão e não sermos tão obtusos.

Uma palavra para as magníficas interpretações que estão vivenciadas no filme. Muito bom.