quarta-feira, 20 de abril de 2011

O'Horten (2007)

Director: Bent Hamer

Está lá todo o realismo inerente ao cinema europeu, ainda para mais o cinema nórdico. Estão lá também as paisagens monótonas de cortar a respiração aliadas a uma fotografia não menos exemplar. No entanto peca também por ser demasiado mecânico, mas provavelmente o cinema nórdico não consegue fugir a isso, já que este está preso a uma cultura que prima valores como a organização, monotonia, mecanização, metodologia. E está lá também, acima de tudo, a frieza que caracteriza estes povos. Falta aquela magia do cinema europeu ocidental, latino.
Ainda assim Bent Hamer faz um grande trabalho e com momentos bastante sorreais.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A minha Sessão Jim Jarmusch (Parte 3)

The Limits Of Control (2009)










Broken Flowers (2005)










Coffe And Cigarettes (2003)










Ghost Dog (1999)










Dead Man (1995)

domingo, 10 de abril de 2011

Birdman of Alcatraz (1962)

Director: John Frankenheimer

Alcatraz parece estar talhada para grandes filmes. John Frankenheimer consegue fazer um dos filmes mais belos que já vi. É um filme de amor, de compaixão, de companheirismo (simbologia aos pássaros), de liberdade da alma humana e de esperança. Robert Stroud (Burt Lancaster) depois de ser condenado a prisão perpétua, encontra na prisão a sua esperança de vida e o seu verdadeiro dom. Após encontrar um pássaro no pátio, começa a cuidar dele e toda a história de amor começa aí. A analogia feita com os pássaros está incrivelmente bem feita. Afinal o pássaro também está destinado a estar atrás de grades (gaiola), e Stroud vê nele o escape à solidão e à displicência dos guardas e funcionários institucionais. Homens que não são mais do que leis e regras. A materialização do homem é uma dura crítica do realizador. A bom ver eles estão também limitados àquelas paredes. É antagónico.
Stroud transforma-se numa luta contra o sistema através da sua simplicidade e da sua astúcia. Essas virtudes e também a dedicação demonstrada aos pássaros permitem-lhe ganhar a amizade do guarda prisional responsável pela sua secção. Birdman tem também um toque de existencialismo já que é nas celas que a vida de Stroud se passa e onde ele se descobre e liberta e nunca perde a esperança, se bem que com alguma ironia, de sair.
Birdman of Alcatraz é sem dúvida uma verdadeira obra-prima.

domingo, 3 de abril de 2011

A beleza do cinema Europeu

François Ozon, Swimming Pool, 2003

Porque gosto do cinema europeu?
Porque é mais humano, mais realista, mais natural nas expressões, mais existencialista na medida em que demonstra os problemas do quotidiano das pessoas, mais intenso nas relações que se estabelecem com os outros, nada melodramático (especialidade dos americanos). Isto é, não há a tentativa de forçar ou abusar de sentimentalismos e dramatismos. A dramatização no cinema europeu vem por força das imagens, das excelentes interpretações, do diálogo e, principalmente, pela natureza dos actos. O que é, é! A vida tal como ela é. Sem efeitos, sem caracteres, sem cápsulas de bom senso, e complexa. Não estou contudo a refutar a qualidade no cinema americano. Aliás é precisamente aqui que se encontram igualmente grandes obras e onde é notória uma influência em toda a indústria. Como em todo o lado, existem grandes mentores, responsáveis por projectos que serviram para apaixonar os amantes do cinema.
No entanto se o auge do cinema norte americano se encontra nos anos 40, 50, não menos verdade é, que esse facto acontece porque foi beber aos grandes génios europeus que impulsionaram a indústria cinematográfica. Falo naturalmente de Murnau, Chaplin, Buñuel, irmãos Lumiére. Depois sim, Orson Welles, Hitchcok, Billy Wilder, John Huston.
Oh, a beleza do cinema europeu...