
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Persepolis (2007)

domingo, 26 de dezembro de 2010
Broken Flowers (2005)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
A minha sessão Kubrick (Parte I)
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
The Squid and the Whale (2005)

Um filme bem interessante este de Noah Baumbach. É um atestado ao conceito de família moderna, uma realidade onde os pais várias vezes se sobrepõem aos interesses e à própria educação dos filhos. Gostei da forma intimista como Noah o faz e como se preocupa em mostrar como duas crianças podem sentir os erros dos pais, principalmente se elas tiverem em idades de auto afirmação. A separação dos pais reflecte-se de tal forma no filho mais novo que, apesar de já parecer ter uma certa maturidade, o miúdo vai à descoberta do seu próprio corpo. Por outro lado o filho mais velho tenta agir como os pais relativamente às outras raparigas, de forma a culpabilizá-los pela separação e esconder-se das suas fraquezas. Os pais, esses são de facto os responsáveis pelo estado dos filhos. Esquecem-se que primeiro está a educação deles e que só depois é que podem planear o que quer que seja. Se, por um lado, o pai Bernad (Jeff Daniels) é um maníaco compulsivo em não gastar dinheiro e por tudo o que não seja “filisteu”, por outro a mãe vive em constantes conflitos emocionais e sexuais.
The Squid and The Whale é um relato muito interessante sobre a família, sobre os erros pessoais, sobre a importância do casamento, um pouco à semelhança do que outrora fez Woody Allen em vários filmes seus. Deixo uma nota bastante positiva ainda para o facto de a música do filme ser “Hey You” dos Pink Floyd.
domingo, 19 de dezembro de 2010
Transamerica (2005)

Apesar de tudo o filme consegue pegar num tema controverso e criar uma narrativa ligeira e bastante agradável.
É um filme essencialmente sobre transsexualidade, sobre o preconceito e descriminação!
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Un Prophète (2009)

Excelente filme de Jacques Audiard. Uma magistral exploração sobre a origem do crime no homem.
É a libertação de um homem e de uma mente. Malik (Tahar Rahim) entra na prisão como um homem inocente e sem escolaridade e nela se torna um homem astuto e dominador das classes.
Audiard faz um retrato exímio sobre os efeitos da prisão no homem. É esta que liberta o verdadeiro criminoso que há em cada um de nós. Malik torna-se o génio do crime. Vive sob protecção das várias máfias e assim vai ganhando o seu espaço e imposição.
Todas as cenas são filmadas num ambiente negro, tornando evidente o cenário degradado e corrupto que são as actuais prisões. Essa é, precisamente, também uma das críticas que o realizador faz. O sistema judiciário francês não é diferente dos outros países. Emana corrupção e interesses políticos e jurídicos que, "nós" sendo um mero peão neste jogo, assistimos a isto sem nos impormos. É um filme anti-imigração, uma crítica à imigração como o impulso do crime e da corrupção presentes no País.
Audiard faz um produto excelente e apontado a vários pontos.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Lock, Stock And Two Smocking Barrels (1998)

Sustentado num argumento original e excelente, o filme é um cocktail de emoções hilariantes que conseguem prender o espectador no sofá. É filmado num ritmo alucinante, à semelhança do também bem conseguido "Snatch". Apesar do ritmo, o argumento não descuida nem um bocado, apresentado sempre uma consistência muito boa. O filme é uma alusão ao dia a dia do submundo do crime. Aos "pequenos" gangs e mafiosos que circulam na cidade de Londres. Aliás, de salientar que, a cidade encaixa perfeitamente neste cenário negro e cinzento, carregada de crimes atrás de crimes.
As histórias são várias, mas todas têm alguém em comum, o que faz com que, precisamente colidam num momento. Sou fã de comédias negras e Guy Ritchie provou que o sabe fazer, e com muita qualidade. Os movimentos com a câmara em slow motion serve para intensificar as cenas. Lock, Stock And Two Smocking Barrels é exactamente o mundo da corrupção, dos jogos sujos, de personagens mirabolantes e de um Guy Ritchie com tiques interessantes. Toda a surrealidade que está patente é o exemplo perfeito de quem joga os interesses pessoais em detrimento do grupo.
Original, cativante e muito consistente!
Cassandra´s Dream (2007)

Uma comédia trágico grega, caracterizando os dias de hoje. Aqui temos Woody Allen num registo mais filosófico e trágico, próprio do seu pensamento pessimista. Allen é um pessimista por natureza, vimos isso em vários filmes seus. Dois irmãos envolvidos em problemas, vivem sob o disfarce dos seus trabalhos. Um é um viciado do jogo, o outro é um aspirante ao negócio dos hotéis. Cassandra é o seu sonho. Ou melhor, é aquilo que lhes permite sonhar com as suas vidas perfeitas.
"quando passamos a linha do limite, não podemos voltar para trás"...Allen coloca as suas personagens num jogo onde o fim trágico e imprevisível é sempre a solução mais provável. O homem e os seus valores perdem sentido quando concluem que vale tudo em jogo.
Gostei de ver Colin Farrel num registo dramático. Bem dramático. Encarna o papel de um homem depressivo. Aqui parece-me também que é um dos objectivos que Allen quis transparecer. A depressao. Uma realidade. Uma doença dos dias de hoje. No entanto em cada situação está iminente a comédia como escape ao desabar de todas as situações. Mas o que realmente entretém os espectadores e que o realizador consegue fazer é, precisamente, essa ironia perante tanta tragédia. Bem ao estilo de um dos seus mentores, Fiódor Dostoiévski.
Não é dos filmes onde Allen expõe o seu lado intelectual, mas é um drama psicológico que é exibido a um nível bastante aceitável.