quinta-feira, 23 de junho de 2011

Biutiful (2010)


Director: Alejandro González Iñarritu

Biutiful é a consagração do cinema de Inarritu, é a consagração da sua visão trágica e pessimista da vida. Biutiful é a também a consagração de um actor que dá tudo ao cinema. Javier Bardem, uma espécie de De Niro do cinema contemporâneo. O realizador explora o anti-herói moderno (referência de Clint nos filmes de Leone), um homem que vive duas realidades distintas. Se por um lado Uxbal é um pai dedicado, ainda que num contexto familiar degradado, por outro é um homem que vive do submundo do crime. Apesar de ter um lado humano grande, ele não deixa de fazer isso por dinheiro.
Aqui o sonho deixou de existir e o expoente desta visão é a de Uxbal pois foi-lhe diagnosticado um cancro. Todas as personagens parecem caminhar para um fatalismo catastrófico e caótico. O aspecto visual e estético (ainda que reduzido) é visto num panorama de degradação social e humano, aliás como é habitual no realizador. Multiculturalidade, exploração infantil e primitiva, tráfico, corrupção, tudo isto nos subúrbios de Barcelona. Inarritu quis também pegar nesse contraste onde a realidade negra e crua se mistura com a liberdade e o cosmopolitismo da cidade.
Acima de tudo Biutiful é o extraordinário retrato do lado negro da vida sob o olhar de um homem atormentado e sem esperança.

Sem comentários:

Enviar um comentário