sábado, 7 de agosto de 2010

Hannah and Her Sisters



Cada vez mais fã de Woody Allen. Acaba por me cativar porque muitas vezes me revejo na sua maneira de pensar relativamente a tudo.

Dois temas que o realizador mais gosta e que são notavelmente aqui retratados. Relações e Religião. Já se sabe que ninguém consegue ser tão sarcástico e minucioso na forma como encaramos estas duas realidades. O seu talento permite-lhe que conjugue a vida real no plano. Vagueando por introspectivas sobre qual o verdadeiro sentido da vida, e sobre a dualidade vida/morte, Allen elabora os seus filmes como se fossem os espectadores a reflectirem sobre a sua essência. Hannah and Her Sisters apresenta um Allen hipocondríaco e valorizando a vida e rejeitando a morte como um bom caminho. Mas também espelha a importância da religião na vida das pessoas e como estas a usam para resolver os seus problemas, ou antes como estas a descaracterizam ou brincam em situações passageiras. No filme há uma situação que demonstra bem esta última situação, que ocorre quando Mickey (Woody Allen) está numa fase de procura espiritual para poder acreditar em alguma coisa, e se converte ao catolicismo. Mickey está a chegar a casa e tira de uma saca todos os materiais religiosos e de seguida tira uma saca de pão de forma e mayonese. Na verdade esta é uma forma sarcástica e peculiar de ver, mas real. Muito real. O que o realizador procura é algo em que se possa sustentar para não cair no fundo. Está provado que as pessoas que acreditam em algo, seja que religião for, conseguem ultrapassar melhor os seus problemas. Mesmo que aquilo em que elas acreditam não passe de uma mera ilusão. Mas Allen neste capítulo está muito bem e consegue colocar a sua imparcialidade na tela e não ser presunçoso.

Quanto às relações, um tema seu já recorrente, estas parecem servir de suporte para a lógica humana. Por muito que nos consciencializemos sobre tudo e que isso nos leve ao abismo, a verdade é que o amor é a corda que nos agarra. Mais uma vez fica explícito no filme quando Lee (Barbara Hershey) se separa de Frederick (Max Von Sydow). Depois o remamescente são traições. E mais traições. Não seria um filme de Woody se tal não acontecesse. Ele quer mostrar que ninguém é perfeito e que se alguém se acha muito provavelmente será o primeiro a cometer o erro. As pessoas vivem de impulsos. De sentimentos que não conseguem controlar e que tomam por total controlo a mente e a lógica do ser humano.

"A única certeza absoluta que o homem pode ter, é que a vida não tem sentido nenhum" Léon Tolstoi.

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